Mensagem do Pároco

Caros amigos,

Dirijo-me a todos vós, paroquianos praticantes e, de um modo particular, a vós, que habitais na paróquia mas que, acreditando ou não em Deus, não sentis necessidade de vir ao encontro dominical dos cristãos. Permiti que, como novo pároco, vos saúde a todos, com a mesma estima e o mesmo abraço de amizade.
O Papa Francisco começa a sua exortação apostólica, “O Evangelho da alegria”, que é o seu documento programático, com estas belas palavras: “A alegria do Evangelho enche o coração e vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria.” (EG, nº1)
Esta é a experiência de uma imensa multidão de homens e mulheres de todos os tempos e também de hoje. O encontro com Jesus Cristo, morto e ressuscitado, salva-nos da tristeza, do vazio, do sem sentido e enche o coração e a vida inteira daquele que O conhece e O segue.
O lema do plano pastoral da Diocese de Coimbra, assumido pela paróquia, tem esta frase bíblica. “Aproximai-vos do Senhor.” Todos somos pobres e pecadores e, como o filho pródigo do Evangelho, temos a tentação de partir e viver uma vida sem Deus, mas também todos passamos por momentos na vida onde, “caindo em nós”, nos perguntamos: “Mas a vida é só isto?” Não fui criado para maior plenitude? Estas perguntas são uma graça divina, são elas que nos permitam fazer como o filho pródigo: “Levantar-me-ei e irei ter com o meu pai e dir-lhe-ei: “Pai pequei contra o céu e contra ti.” E o coração do Pai enche-se de festa, pois “há mais alegria no céu por um só pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não precisam de arrependimento.” Diz ainda o papa Francisco na mesma exortação: “Quem arrisca, o Senhor não o desilude; e quando alguém dá um pequeno passo em direção a Jesus, descobre que Ele já aguardava de braços abertos a sua chegada.” (Eg nº3)

Jesus fundo a Sua Igreja e antes de partir para Céu deu-lhe como missão: “Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto Vos tenho mandado. E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos.” (Mt 28,19). A missão da Igreja é anunciar Cristo pela Palavra e pelo testemunho da caridade, e oferecer à humanidade as fontes da salvação através dos sacramentos, para que as pessoas façam a experiência de encontro com Ele e se tomem discípulos que O seguem vivendo os seus ensinamentos tornando-se agentes da transformação do mundo, sendo sal da terra e luz do mundo, como nos disse Jesus: O Novo Testemunho mostra-nos a Igreja dos inícios e diz-nos que os discípulos eram assíduos ao ensino dos apóstolos (formação da fé) à comunhão fraterna (testemunho da unidade e alegria), à fração do pão. (Eucaristia) e às orações. Entre eles não havia necessitados (partilha económica) e era com grande poder que davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. Em consequência, “todos os dias aumentava o número dos que entravam no caminho da salvação”. Uma Igreja que vive a fé com alegria, traduzida num testemunho de caridade coerente, atrai e cresce cada dia.
A paróquia é a Igreja situada no meio dos casos dos seus filhos e filhas e tem por missão levar-lhe a Palavra da Vida. O edifício da comunidade cristã com a sua torre erguida para os céus lembra a todos os que aí vivem, que Deus está no meio deles e não os abandona. A porta da igreja está sempre aberta como sinal de que a porta do coração de Deus nunca se cansa de nos acolher de nos oferecer as fontes da salvação. Aproximemo-nos pois do Senhor com infinita confiança, pois Ele nos disse: “Vinde a Mim todos vós que andais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei”.
O papa Francisco diz à Igreja no seguimento dos papas anteriores, que não basta estarmos à espera, que as pessoas venham ao encontro de Cristo e da Igreja. Muitas já não vêm e Deus envia-nos ao seu encontro para lhes propor com o nosso testemunho autêntico, o que nos faz viver. O discípulo evangelizador tem de estar convencido “que não é a mesma coisa ter conhecido Jesus ou não O conhecer, não é a mesma coisa caminhar com Ele ou caminhar tateando, não é a mesma coisa poder escutá-lO, ou ignorar a Sua Palavra, não é a mesma coisa poder contemplá-l’O, adoral’O, descansar n’Ele ou não o poder fazer. Não é a mesma coisa procurar construir o mundo com o Seu Evangelho em vez de o fazer unicamente com a própria razão. Sabemos bem que a vida com Jesus Se torna mais plena e, com Ele, é mais fácil encontrar o sentido para cada coisa. É por isso que evangelizamos.” (EG 266).
O meu sonho, caros paroquianos, é ajudar a fazer da Comunidade cristã de S. José uma paróquia viva, ardente de amor Deus, que não possa conter para si a alegria da salvação que experimenta e sinta o imperativo de ir ao encontro dos seus vizinhos para partilhar com eles a alegria que os faz viver, para que, também eles, “se aproximem do Senhor”.

Pe Jorge da Silva Santos (Paróco)