O nosso auxílio vem do Senhor, que fez o céu e a terra.
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Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos uma parábola sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar: «Em certa cidade vivia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens. Havia naquela cidade uma viúva que vinha ter com ele e lhe dizia: ‘Faz-me justiça contra o meu adversário’. Durante muito tempo ele não quis atendê-la. Mas depois disse consigo: ‘É certo que eu não temo a Deus nem respeito os homens; mas, porque esta viúva me importuna, vou fazer-lhe justiça, para que não venha incomodar-me indefinidamente’». E o Senhor acrescentou: «Escutai o que diz o juiz iníquo!… E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo? Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa. Mas quando voltar o Filho do homem, encontrará fé sobre a terra?».
EVANGELHO Lc 18, 1-8
Não é pelo poder nem pela força, mas pelo Espírito Santo
Estamos a começar o ano pastoral cheios de esperança. Sentem-no todos os que trabalham na missão da Igreja colocando nela “a cabeça, as mãos e o coração”, para utilizar a expressão do Papa Francisco. Na pastoral temos de usar a cabeça, quer dizer, a inteligência, as mãos, com o significado de ação, de serviço concreto, de “pôr as mãos na massa. Temos de usar também o coração, quer dizer, os afetos, as emoções, a ternura, o amor.
No último sábado, cerca de 50 pessoas da Unidade pastoral estiveram em Leiria, no Seminário, naquilo a que chamamos o dia da Visão. Chamamos visão a uma imagem do futuro dada por Deus acerca da nossa UP, que produz paixão em nós e nos entusiasma na missão. Quando as pessoas chegaram, depararam-se com frases tiradas de jornais do ano de 2034, isto é, jornais do futuro. A título de exemplo, apresento algumas dessas frases:
-«Paróquias mantêm dez percursos diferentes de formação cristã porque a procura da formação de discípulos é superior à oferta».
-«Oitenta por cento dos participantes na missa dominical são ativos na vida da paróquia, segundo os seus dons, e uma grande parte está envolvida também em associações civis para a construção de um mundo melhor».
-«É criada na UP a centésima célula paroquial de evangelização, quer dizer, cerca de mil pessoas se reúnem quinzenalmente em pequenos grupos para a partilha do Evangelho e vivência fraterna».
-«Cinco jovens das paróquias partem em missão para países mais pobres e dois entram no seminário Maior. Tudo começou com o Alpha jovens e depois continuou com a pastoral juvenil séria onde não faltaram retiros, campos de férias e experiências de missão».
-«Unidade Pastoral decide construir um novo centro juvenil porque o existente tornou-se demasiado pequeno para acolher o número crescente de jovens que são acolhidos e as diversas atividades que lá se fazem».
-«Paróquias perceberam que a sua força e alegria vem de Deus e mantém adoração perpétua numa cadeia ininterrupta em que cada um dá uma hora por semana».
-«Vicentinos em S. José e GASC em S. João Baptista encontram a sua força para servir os pobres na adoração eucarística e tornaram-se a expressão da caridade de toda a UP. Todos se sentem implicados. Assim as conferências foram renovadas com gente de todas as idades especialmente os mais jovens».
Bem, fico por aqui e não coloquei as mais ousadas.
Alguns poderão pensar: «sonhadores». Sim, por agora é sonho, mas não um sonho individual que não passaria de um sonho, mas sonho coletivo pode tornar-se em realidade se começamos a orientar-nos por ele, definindo uma visão, modificando estruturas para que se tornem todas mais missionárias, formando líderes com esta visão, influenciando a cultura da UP para que se torne normal e normativo aquilo que antes não era vivido, definindo estratégias, usando novas ferramentas para obter os frutos esperados. Já estamos a caminho e temos presentes todos estes pontos a negrito.
No sábado passado, através de uma bela exposição cada um pôde ver onde se situava melhor quanto aos seus dons para a missão. Pudemos ver um vídeo sobre a cultura e confrontar-nos com a cultura das paróquias naquilo que é tóxico e naquilo que é saudável, e dialogámos como mudar os aspetos tóxicos dessa cultura que não estão de acordo com o evangelho e como fortalecer os que são saudáveis. Foi um dia entusiasmante onde todos aprendemos, trabalhámos e nos entusiasmámos para a missão.
No dia seguinte, em S. João Baptista, foi um banho de multidão com tantas famílias novas com ar de alegria e esperança a iniciar a catequese familiar.
Ajudou à festa um casal de cristãos de uma igreja evangélica que, depois de uma caminhada de aprofundamento, decidiu entrar na plena comunhão da Igreja católica. A alegria deles contagiou a todos. O seu desejo de receber o Pão da Vida, o Corpo e Sangue de Cristo, levou-me a pensar: «Quanto seria bom que todos os católicos tivessem este desejo e amor à Eucaristia!»
Durante toda esta semana que passou, em S. José, foi acolhido cada ano da catequese com os seus pais. São centenas de pais que vêm com os filhos e com eles tentam fazer caminho de discípulos. Sim, sabemos que nem tudo é perfeito, que há frequentes ausências de alguns, que a missa dominical leva tempo a enraizar-se nos hábitos de muitos pais e consequentemente dos filhos. Mas também é visível que há passos que se vão dando e consolidando. A catequese familiar foi um grande passo que se deu em toda a Unidade Pastoral.
Há 3 chaves principais pelas quais nos regemos: a primeira é a prioridade da evangelização, a segunda é a formação de líderes para a missão, e a terceira é o primado da graça divina.
E com esta última chego aos textos de hoje: sem oração tudo o que estive a dizer é um castelo feito na areia, ou, como diz Jesus, é uma casa construída sobre a areia, vêm os ventos e as tempestades e a casa cai pois não tem alicerces sólidos. Sem a graça divina, nada funciona consistentemente.
Moisés não consegue vencer a batalha contra Amalec se não se puser permanentemente em oração. Mas, quando eleva a Deus as suas mãos e assim permanece em oração durante todo o combate, torna-se vencedor. A obra da evangelização é um combate entre a luz e as trevas. Só fazendo como Moisés seremos vitoriosos, apesar de todas as ameaças do interior da igreja que são as nossas fraquezas e pecados e das ameaças do exterior, que são muitas, pois os tempos não são fáceis para a irradiação do evangelho. Jesus, no evangelho, diz a mesma coisa. Perseverai na oração, porque Deus fará justiça aos seus eleitos que por Ele clamam dia e noite.
Muitos têm saudades da adoração noturna que acabou com a pandemia. Em 5 e 6 de novembro iremos ter conosco um padre francês que nos irá ajudar a relançar a adoração eucarística. Precisamos de mais gente envolvida na adoração, a clamar dia e noite para que como fruto do trabalho da missão, cresçam continuamente o número daqueles que vivem a alegria inebriante do encontro pessoal com Cristo e se tornem discípulos de Jesus.