Com coração de pai: assim José amou a Jesus, designado nos quatro Evangelhos como «o filho de José».
Sabemos que era um humilde carpinteiro, desposado com Maria; um «homem justo», sempre pronto a cumprir a vontade de Deus manifestada na sua Lei e através de quatro sonhos. Depois duma viagem longa e cansativa de Nazaré a Belém, viu o Messias nascer num estábulo, «por não haver lugar para eles» noutro sítio. Foi testemunha da adoração dos pastores e dos Magos, que representavam respetivamente o povo de Israel e os povos pagãos. Teve a coragem de assumir a paternidade legal de Jesus, a quem deu o nome revelado pelo anjo: dar-Lhe-ás «o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados». Entre os povos antigos, como se sabe, dar o nome a uma pessoa ou a uma coisa significava conseguir um título de pertença, como fez Adão na narração do Génesis.
No Templo, quarenta dias depois do nascimento, José – juntamente com a mãe – ofereceu o Menino ao Senhor e ouviu, surpreendido, a profecia que Simeão fez a respeito de Jesus e Maria. Para defender Jesus de Herodes, residiu como forasteiro no Egito. Regressado à pátria, viveu no recôndito da pequena e ignorada cidade de Nazaré, na Galileia – donde (dizia-se) «não sairá nenhum profeta», nem «poderá vir alguma coisa boa» –, longe de Belém, a sua cidade natal, e de Jerusalém, onde se erguia o Templo. Foi precisamente durante uma peregrinação a Jerusalém que perderam Jesus (tinha ele doze anos) e José e Maria, angustiados, andaram à sua procura, acabando por encontrá-Lo três dias mais tarde no Templo discutindo com os doutores da Lei.
Depois de Maria, a Mãe de Deus, nenhum Santo ocupa tanto espaço na Igreja como José, seu esposo.