Ergue-Se Deus, o Senhor, em júbilo e ao som da trombeta.
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“EVANGELHO (Mc 16,15-20)
Naquele tempo, Jesus apareceu aos Onze e disse-lhes: «Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for baptizado será salvo; mas quem não acreditar será condenado. Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem: expulsarão os demónios em meu nome; falarão novas línguas; se pegarem em serpentes ou beberem veneno, não sofrerão nenhum mal; e quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados». E assim o Senhor Jesus, depois de ter falado com eles, foi elevado ao Céu e sentou-Se à direita de Deus. Eles partiram a pregar por toda a parte, e o Senhor cooperava com eles, confirmando a sua palavra com os milagres que a acompanhavam.”
MEDITAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS
No dia da Ascensão escutamos sempre o Mandato missionário nas versões dos diferentes evangelistas, no Ano A, a versão de Mateus, no ano B, a versão de Marcos e, no ano C, a versão de Lucas. Jesus antes de partir para o Pai, entrega de uma forma solene aos discípulos o mandato de transformarem o mundo pelo anúncio do Evangelho, fazendo crescer a Igreja como comunidade de discípulos que testemunham uma nova forma de viver com valores novos. Mas não os deixa sozinhos: Disse-lhes mesmo que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, de serem batizados no Espírito Santo. Poderia ser um desastre se partissem sem esperar a vinda do Espírito e serem mergulhado n’Ele.
Essa nova forma de viver é-nos apresentada de forma sucinta na Carta aos Efésios, a segunda leitura que escutámos. Paulo, que está na prisão, em Roma, escreve à comunidade cristã de Éfeso, dizendo-lhes que eles devem viver com um comportamento que brilhe à sua volta e dê testemunho da novidade de vida em que entraram pela fé: Como deve ser essa vida? “Procedei com toda a humildade, mansidão e paciência para com todos”, tanto os de dentro como os de fora. E depois desenvolve sobretudo o aspeto da unidade e da caridade em que devem viver na comunidade cristã para darem testemunho para fora. “Suportai-vos uns aos outros com caridade”. Este «suportai-vos uns aos outros, pode ser entendido de duas formas: A primeira é: Vós sois diferentes e tendes temperamentos diferentes e frequentemente podereis ter pontos de vista diferentes, mas que isso não vos separe. Aprendei a aceitar-vos como sois, com as dificuldades de cada um, suportai as diferenças uns dos outros e aceitai-vos, porque todos vós tendes defeitos e pecados. Mas a outra aceção é: “Sede suporte uns para com os outros, apoiai-vos mutuamente sempre que qualquer um está em necessidade.” Depois Paulo apresenta os fundamentos teológicos para a vivência da unidade entre eles. «Tendes um só Senhor, uma só fé, um só batismo, uma só e mesma esperança na vida nova a que fostes chamados. Tendes um só Pai que é Pai de todos e atua em todos”. Logo a desunião será uma contradição com tudo isto e aos olhos dos de fora um grande contratestemunho que vos dificultaria o anúncio do Evangelho. Paulo acrescenta ainda que cada um recebeu a graça para viver esta comunhão fraterna quando recebeu o dom de Cristo e do seu Espírito no batismo.
O apóstolo dos gentios, mostra depois que as diferenças entre os cristãos são boas pois Deus não nos fez todos iguais, mas deu-nos dons e carismas diferentes para o anúncio do Evangelho: “Foi Ele também que a uns constituiu apóstolos, a outros evangelistas e a outros pastores e mestres, para o aperfeiçoamento dos cristãos, em ordem ao trabalho do ministério e à edificação do Corpo de Cristo”. Isto é, até naqueles que chamou ao ministério pastoral através do sacramento da Ordem, ele não deu os mesmos carismas a todos, mas cada um tem uma riqueza própria que se complementa com os outros. Uns são mais apóstolos, outros mais profetas, outros mais evangelistas, outros pastores e outros mestres. Cada um é padre de forma diferente mas todos complementares. Também o resto do povo de Deus , todos receberam dons, sublinho todos, e carismas que só são descobertos quando nos colocamos ao serviço uns dos outros. Esses dons podem partir de alguma competência e habilitação nata ou aprendida que já existe em cada um, mas depois Deus dá-lhe uma graça especial que faz com que esse dom toque os outros. Aquele que exerce o dom com humildade não só cresce no exercício desse dom como edifica os outros, levando-os a porem também os seus dons ao serviço. Frequentemente os irmãos fazem o seu serviço com tanta naturalidade e amor, que não se dão conta que receberam de Deus algum dom especial. Por isso é muito bom que quando vários irmãos reconhecem um dom num irmão da comunidade, que lho digam para que ele ou ela o desenvolva ainda mais e louve a Deus, evitando todo o tipo de orgulho ou vaidade pois é dom que lhe foi dado por graça e não por mérito. Tanto numa paróquia como noutra, enquanto escrevo, estou a pensar em vários irmãos em quem, não só eu, mas outros irmãos, reconhecem dons excelentes que edificam na forma como os exercem. Nunca podermos descobrir os dons daqueles que não servem e por isso, estes, também não chegam a desenvolver os seus talentos.
Como disse na semana passada é servindo juntos que vamos aprendendo a pôr em prática o mandamento novo, a descobrir a alegria que dá servir os irmãos e fazer o bem. Muitas doenças psicológicas e espirituais são curadas pelo serviço do amor. Paulo termina a sua carta dizendo que Deus deu estes dons diferentes “para o aperfeiçoamento dos cristãos” para construção do Corpo de Cristo que é a Igreja e “até que cheguemos todos ao estado de homem perfeito, à medida de Cristo na sua plenitude. “Paulo mostra-nos a imagem total para sabermos qual é o caminho para onde vamos: chegar ao estado do homem perfeito (no amor) à medida da estatura de Cristo na sua plenitude. Como diz na Carta aos Romanos a nossa vocação é sermos uma imagem idêntica à de Jesus, pois foi o modelo que Deus nos deu.
CELEBRAR O CRESCIMENTO NO SERVIÇO
Algo que precisamos muito de fazer crescer nas nossas paróquias é o espírito de serviço. A Igreja para ser uma comunidade de discípulos precisa de que eles se coloquem ao serviço como Jesus nos ensinou. E por isso, cada vez que irmãos se apresentam com alegria para o serviço devemos celebrar na alegria e na ação de graças esse acontecimento. E apraz-me testemunhar que este ano em S. José já se formaram 3 células de evangelização, cresceu o número de servidores na equipa Alpha adultos e na equipa Alpha jovens, houve novos catequistas e outros estão a ser convidados para o próximo ano. Houve gente nova que integrou os serviços de acolhimento em cada missa, houve gente nova para o coro da missa das 19:00 e ainda se precisam de muitos mais. Houve mais gente a inscrever-se como dador mensal de uma quantia financeira segundo as suas possibilidades para que a Igreja realize a sua missão. A messe será sempre grande e os trabalhadores poucos para o que é necessário, mas podemos melhorar muito. Celebremos com alegria os passos que vamos dando.