Qualquer acontecimento, à segunda vez é sempre diferente, já sabemos o que nos espera. Quando é uma coisa boa, alegramo-nos. Mas quando é menos boa…
Mais uma vez por causa da pandemia foi necessário entrar em confinamento. Por quanto tempo agora? Acabaram -se os contactos, beijos, abraços aos amigos que sabem tão bem e aquecem o coração. A vida presencial que nos é tão natural e necessária parou mais uma vez.
O trabalho continua, mas de forma diferente. Tento ensinar, falando para o ecrã do computador. Será que me escutam ou estão distraídos com outra coisa qualquer?
Não posso comprar um livro, uma peça de vestuário ou outra coisa qualquer necessária, a não ser online, que nem sempre resulta. Até com o médico, se precisar, tem de ser à distância.
O confinamento tem sido um grande desafio a todos os níveis, tanto material como espiritual, principalmente para um cristão. A eucaristia presencial ficou suspensa. Alguns dizem “vejo na televisão, é a mesma coisa”. Mas é? Podemos ouvir e meditar a Palavra de Deus, mas o alimento espiritual mais importante, a comunhão eucarística que é o corpo de Cristo, só podemos receber presencialmente. As catequeses à distância, sem aproximação, sem contacto direto… não é bem assim o modelo de ensinamento de Jesus.
Como cristão a fé tem sido sempre um grande auxílio para encarar o dia a dia, principalmente nestes tempos que estamos a atravessar. Tempo de muitas restrições, muitas dificuldades, muitas adaptações. Mas também tempo para pensar e para mudar. Um tempo para reinventarmos a nossa relação com Deus, para nos aproximarmos mais d’Ele.
Temos tido a possibilidade de viajar por muitas paróquias do país, através da TV, YouTube, Facebook. Assim tem sido possível assistir à Eucaristia em qualquer ponto do país, orar e meditar a Palavra em diversos locais. Este tempo tem servido para fortalecer a nossa fé. Só assim encontramos a força para avançar e enfrentar estes momentos difíceis.
Elisa Serra