«Humilhou-Se a Si próprio; por isso Deus O exaltou»

«Humilhou-Se a Si próprio; por isso Deus O exaltou»

A liturgia do passado fim de semana tem sabor de ceia judaica: vai-se alternando entre o agri e o doce.

Começamos com o rito da bênção dos ramos e o primeiro Evangelho, aquele que relata a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém sobre um jumentinho, enquanto todo o povo o aclamava em grande júbilo e com brados de euforia – e isso mesmo fizemos também nós enquanto cantávamos alegremente com o coro depois de o sacerdote ter abençoado com água benta os nossos ramos – para, poucos minutos depois, ouvirmos o longo relato da paixão.

Vem isto a propósito do arranjo que, ao longo desta semana, até à celebração da última ceia na Quinta Feira Santa, irá decorar a igreja de São João Baptista.

O pano que servia de fundo, um longo pano roxo, é agora de proporções bem mais modestas e vermelho escarlate. Do arranjo floral, para além do pano vermelho que já prenuncia a paixão do Senhor, brotam também duas grandes palmas com as quais o povo aclama a vinda do messias. Era vinda era há muito esperada pelo povo de Israel (as eras verdes, símbolo da esperança) que logo o quis coroar (é visível uma coroa de rosas brancas) e por Ele dava glória a Deus (todas as outras flores que com o ramo que haveria de brotar do tronco de Jesse se elevam para o Alto).

Mas dizíamos nós no início que o ambiente deste Domingo de ramos é agridoce: disso nos dá conta o madeiro sobre o pano vermelho escarlate, a cor do sangue. Aqueles que aclamam a sua entrada em Jerusalém são os mesmos que uns dias depois irão exigir a sua morte. E o Senhor sabia disso.

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