Folha Paroquial nº 130 *Ano III* 21.06.2020 — DOMINGO XII DO TEMPO COMUM

Folha Paroquial nº 130 *Ano III* 21.06.2020 — DOMINGO XII DO TEMPO COMUM

Pela vossa grande misericórdia, atendei-me, Senhor.

A folha pode ser descarregada aqui.

“EVANGELHO (Mt 10, 26-33)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus apóstolos: «Não tenhais medo dos homens, pois nada há encoberto que não venha a descobrir-se, nada há oculto que não venha a conhecer-se. O que vos digo às escuras, dizei-o à luz do dia; e o que escutais ao ouvido proclamai-o sobre os telhados. Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Temei antes Aquele que pode lançar na geena a alma e o corpo. Não se vendem dois passarinhos por uma moeda? E nem um deles cairá por terra sem consentimento do vosso Pai. Até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Portanto, não temais: valeis muito mais do que todos os passarinhos. A todo aquele que se tiver declarado por Mim diante dos homens, também Eu Me declararei por ele diante do meu Pai que está nos Céus. Mas àquele que Me negar diante dos homens, também Eu o negarei diante do meu Pai que está nos Céus”

REFLEXÃO

A Visão da paróquia de S. José

Na folha da semana passada começámos a explicar a visão da paróquia, e dissemos o que era a visão, as suas caraterísticas e necessidade. Falámos também que Jesus viveu sempre polarizado pela sua visão. Hoje começamos a explicação da visão específica da paróquia de São José. Relembro o enunciado:

Nascemos do encontro pessoal com Cristo, crescemos na comunhão com Deus e com os irmãos, formamos discípulos que evangelizam com ousadia e servem com amor.

Se reparamos bem, a visão está moldada numa imagem, a do processo dinâmico da vida biológica: nascemos, crescemos e amadurecemos dando fruto de vida e amor.

Centremo-nos agora na primeira afirmação: Nascemos do encontro pessoal com Cristo. Dito de outra forma: Sonhamos ser uma comunidade onde todos fazem a experiência feliz de um novo nascimento em Cristo pela ação sentida do Espírito Santo. A vida cristã sem este novo nascimento faltar-lhe-á sempre o essencial e nunca se perceberá bem. Dizia Jesus a Nicodemos: “Tens de nascer de novo. Quem não nascer de novo não pode entrar no reino dos céus.” O papa Bento XVI exprimia-o desta forma: «No início do ser cristão não está uma grande ideia ou um pensamento ético, mas um acontecimento, um encontro pessoal com Cristo, que dá à vida um novo horizonte e com este um novo rumo». Muitos cristãos, batizados, de todas as paróquias, nunca fizeram este encontro e desejam-no. Receberam uma fé como herança sociológica, adotaram-na e muitos são cristãos com muito boa vontade e serão salvos por isso, mas eles próprios gostavam de fazer uma experiência mais íntima e profunda que desse à sua vida uma nova paixão.

Ser cristão sem este novo nascimento é como estar casado, mas não sentir amor pelo cônjuge com quem se vive. É um casamento de conveniência ou por obrigação e torna-se cansativo. Hoje é difícil que funcione uma relação sem amor, como é difícil alguém se manter na Igreja sem conhecer a Cristo pela experiência do Espírito Santo.

Como operacionalizar e programar a pastoral para este novo nascimento? É ter programas contínuos de primeiro anúncio que podem levar ao encontro pessoal com Cristo. Um programa de primeiro anúncio é uma sementeira que não para. Há muitos métodos para fazer isto; e Deus pode fazer-se encontrar das formas mais inesperadas. Paul Claudel, poeta e diplomata francês do século XIX, era ateu e aos 18 anos, entrando na catedral de Paris e a ouvir o coro da Catedral de Notre-Dame, sentiu a presença de Deus e converteu-se. Foi o seu novo nascimento. Isto mesmo tem acontecido com milhares de pessoas a começar por Saulo de Tarso. São conversões inesperadas. Mas estas não são o normal da vida. O normal é que a conversão seja o fruto de uma Palavra divina escutada ou sentida que leva a uma emoção interior que perdura e nos transforma. Na paróquia de S. José como em tantas outras da nossa Diocese, o método Alpha é um programa de primeiro anúncio que pretendemos que seja permanente. Imaginemos que temos uma conversa com alguém que intuímos que anda à procura, mas não sabe o que procura; tem sede, mas não sabe onde está a fonte. Para onde o convidar? Em primeiro lugar para um percurso Alpha que dura dez semanas. Aí esperamos que ele se encontre com Jesus, pelo Espírito Santo, e faça uma bela experiência eclesial de bom acolhimento fraterno. Se isto acontecer, ao acabar o percurso pode ter desejo de mais. Aquilo foi bom, mas não chega. Agora vem o crescimento. Mas essa parte fica para a próxima semana.”

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