Partiu a Lídia

Partiu a Lídia

Partiu a Lídia…. assim de repente… sem avisar, se calhar para não incomodar… é que a Lídia, já tão habituada às suas dores, esquecia-se delas, mas sentia a dos outros! Então Lídia a coluna? os pés? as mãos? (conforme por andasse mais intensa a crise), essas dores? Perguntava-lhe eu! Cá andam, filho? E tu, os teus irmãos e a tua mãe? Não interessavam as dores dela! São José não mais será a mesma, os seus meninos – todos…. desde os primeiros aos últimos – ganharam junto do Pai mais alguém que continua a rezar por eles e a orientá-los! Os seus meninos… “Tive de me reformar! Eu não queria, mas atingi a idade e não me deixam continuar mais!” Disse-me.

Mas também era refilona… muito… A própria o reconhecia! E o que eu gostava de a ouvir refilar! Mas nada era de forma gratuita, tudo sem ponta de maldade – era o zelo! O zelo pelas coisas bem feitas, o zelo pelas coisas dignas, o zelo por conseguir meninos capazes de fazer o encontro com Jesus, o zelo por celebrações bonitas, pela Palavra bem proclamada, pelo esmero no serviço ao Altar! Oh Lídia, e o tanto que aprendíamos nos Encontros da Pastoral Litúrgica, em Fátima! E oh Lídia, o tanto, tanto que aprendi consigo!

“Quando nascer a tua menina, diz-me que faço umas botinhas como fiz para o menino!” Foram mais ou menos assim as últimas palavras que escutei da Lídia e que guardo no coração! Eu ainda disse… mas por mensagem… Sei que estará a tricotar orações por mim, pelos meus meninos, pelos dela…. por todos!
Tudo isto guardarei sempre! Deixa-me muita saudade, muita mesmo!

Gustavo Pessoa Pinto

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