2 grupos da nossa Unidade Pastoral estiveram em Roma para se encontrarem com o Papa Francisco que na passada segunda-feira de manhã, dia 18, recebeu as Células Paroquiais de Evangelização onde muitos irmãos das nossas paróquias caminham.
O primeiro grupo saiu na madrugada de sexta com o Pe Jorge Santos e o segundo, que saiu na madrugada de sábado, viria a contar com o acompanhamento do Pe Pedro Santos que lá está a estudar.
Claro que aproveitaram para visitar Roma e o Vaticano e, pelo que fomos acompanhando pelas redes sociais, gostaram bastante e muitos garantem que querem voltar em breve. No entanto, a verdade é que o que motivava a maioria era o encontro com o Papa na manhã de segunda, durante a sua segunda receção das Células às quais muitos pertencem.
“Quando o encontro é fruto do amor cristão, muda a vida porque chega ao coração das pessoas e toca-as profundamente. Que o vosso anúncio possa tornar-se num testemunho de misericórdia, que deixe evidente que toda a atenção dada a um dos pequeninos é dada ao próprio Jesus que neles se identifica”, disse o Papa ao encontrar-se na Sala Paulo VI com cerca de 6 mil membros das Células Paroquiais de Evangelização.
Agora – disse o Pontífice no início de seu discurso – padre Piergiorgio Perini, presidente deste organismo internacional, “pode admirar alguns frutos que o Senhor lhe concedeu com sua graça”, pela “incansável obra de evangelização”. O Papa congratulou-se pelos seus 65 anos de sacerdócio e pelos 90 anos de vida: “Pedi a ele a receita: o que fazer para ser assim?”, disse.
Quando se encontra o Senhor e se é conquistado por seu Evangelho – reiterou o Papa Francisco – não se pode fugir ao seu apelo a “produzir frutos e que vosso fruto permaneça”. “Certo – observou – Jesus não disse aos discípulos que veriam os frutos de seu trabalho”, apenas assegurou que “os frutos permaneceriam”, “uma promessa que vale também para nós: “É humano pensar que, depois de tanto trabalho, também se deseje ver o fruto do nosso compromisso; no entanto, o Evangelho leva-nos para outra direção”.
De fato, aos seus discípulos, Jesus falou da exigência da radicalidade em segui-lo, como escrito em São Lucas: “Assim também vós, depois de terdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: Somos servos como quaisquer outros; fizemos o que devíamos fazer”. Mas “se nosso esforço em anunciar o Evangelho é total e nos encontra sempre prontos, então a perspetiva muda”: “Tantas vezes tocamos com a mão quão grande e infinito é o amor de Deus por nós! Se formos fiéis e vigilantes, Ele nos concede de ver também os frutos do nosso trabalho.”
E é justamente neste contexto que está inscrita a história das “Células Paroquiais de Evangelização”, presentes em tantas partes do mundo, recordou o Papa, que exorta:
“Nunca se cansem de seguir os caminhos que o Espírito do Senhor Ressuscitado coloca diante de vós. Que nenhum medo do novo vos detenha e nem diminuam vosso passo as inevitáveis dificuldades no caminho da evangelização. Quando se é um discípulo missionário, nunca pode faltar o entusiasmo!”
“Que no cansaço vos sustente a oração dirigida ao Espírito Santo que é o Consolador; na fraqueza, sintam a força da comunidade que nunca permite que fiquem abandonados à própria sorte. ”
O Santo Padre recordou, por outro lado, que as tantas iniciativas em nossas paróquias, muitas vezes “não incidem em profundidade na vida das pessoas”. Também neste sentido, a missão confiada às Células Paroquiais de “reavivar a vida das nossas comunidades paroquiais”.
Infelizmente, por diversas razões, “muitos se afastam das nossas paróquias”, o que torna urgente que “recuperemos a exigência do encontro para alcançar as pessoas onde vivem e atuam”: “Se encontramos Cristo em nossas vidas, então não podemos simplesmente guardá-lo somente para nós. É crucial que compartilhemos essa experiência também com os outros; esse é o caminho principal da evangelização.”
“Não se esqueçam, disse o Papa, cada vez que encontrarem alguém, joga-se uma história verdadeira que pode mudar a vida de uma pessoa. E isto não é fazer proselitismo, é dar testemunho”, recordando que foi assim quando Jesus viu Pedro, André, Tiago e João na beira do lago, “fixou o olhar sobre eles e transformou suas vidas”: “O mesmo se repete também em nossos dias. Quando o encontro é fruto do amor cristão, muda a vida porque chega ao coração das pessoas e as toca profundamente. Que vosso anúncio possa tornar-se um testemunho de misericórdia, que deixe evidente que toda a atenção dada a um dos pequeninos é dada ao próprio Jesus que neles se identifica”.
Texto adaptado do site do Vaticano