Festa da Palavra – 4º ano – Testemunho de uma das catequistas – Cidália Santos

Festa da Palavra – 4º ano – Testemunho de uma das catequistas – Cidália Santos

No passado domingo, dia 14 de Janeiro, as crianças do 4º ano viveram a Festa da Palavra e a comunidade a Festa da Bíblia. Foi lançado um desafio tanto aos meninos da catequese como a toda a comunidade a escreverem uma carta a Jesus, Ele que é a própria Palavra viva, tendo como tema principal: “VÓS SOIS UMA CARTA DE AMOR DE DEUS”

“A nossa carta sois vós, uma carta escrita nos nossos corações, conhecida e lida por todos os homens. É evidente que sois uma carta de Cristo, confiada ao nosso ministério, escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo; não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne que são os vossos corações” (2 Cor 3, 2-3) ”.

Cada pessoa, bem como as crianças e as suas famílias, a partir das várias palavras dadas, todas diferentes e de forma livre, responderam ao apelo lançado, escrevendo como vivenciavam a sua relação com Jesus e como viviam a Palavra na sua vida.

Para além do belo caminho que cada criança está a fazer, neste caminhar para Cristo, de forma muito singela e terna, o acto de receber a Bíblia nas suas próprias mãos teve um grande significado, pois representa dar mais um passo para a relação íntima que se tem com Jesus, mas também, é receber a Palavra viva que é o próprio Deus.

Como catequista é muito bonito ver como cada uma das crianças, dentro do seu ritmo e tempo, se vai relacionando com o seu Amigo Jesus e todo o anseio e entusiasmo que cada uma manifesta face à sua Pessoa. No entanto, não é só a relação das crianças que vai crescendo, mas também a dos pais com o Senhor e toda a relação familiar que se vai cimentando, em torno do Verbo Eterno.

É de todo importante cada vez mais escutarmos e vivermos a Palavra de Deus, pois aquele que escuta a Palavra de Deus ouve os segredos de Deus. E, Cristo é a expressão máxima da Revelação de Deus à humanidade. A Palavra de Deus pretende estabelecer uma relação íntima e amigável de Deus com a Humanidade. Por isso, na riqueza do seu Amor, Deus fala aos homens como a amigos, mas, é sobretudo, pela Palavra que Ele nos fala. E, é nessa relação de amizade que Deus quer ter connosco, que Ele nos fala como a amigos para nos dizer o quanto nos ama e o enorme Amor que Ele tem por cada um de nós, seus filhos muito amados.

Neste sentido, a reflexão que lanço é a seguinte: «Como acolho a Palavra de Deus na minha vida? Como estabeleço essa relação? Que eco faz a Palavra de Deus no meu ser?».

A Bíblia é o livro da Revelação do Amor de Deus à humanidade, da sua Palavra; a Bíblia é “a voz do Deus-Amor”. E Deus conversa com cada um de nós. A conversa não é um discurso nem sermão; mas é tão só uma fala que acontece entre amigos. Numa “conversa”, o mais importante não é o conteúdo, mas a comunicação entre amigos. O mais importante não é o “dizer”, mas o “estar” com o amigo, porque ele faz parte de nós. O mesmo acontece com Deus; Ele somente quer estar connosco e quer estar na nossa companhia, porque ela é demasiado importante para Ele, porque nos Ama infinitamente.

Mas, movido pelo Seu Amor ao Homem, Deus desce, “com-descende”. Deus desce até à humanidade e que tem a sua expressão máxima em Jesus Cristo. No entanto, se o homem não tiver capacidade ou abertura de coração para acolher a Palavra e Revelação de Deus, nada adianta; porque Deus não vai forçar e, vai esperar. Pois Ele tem sempre a iniciativa, mas nós temos a liberdade de O acolher ou não.

Mas, uma das formas mais belas de ouvir a Palavra é participar na Eucaristia. Aqui o banquete é completo, celebramos duas mesas: a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia, que é a celebração plena do memorial deixado por Jesus a cada um de nós. Se na oração falamos com Deus, ao ler a Bíblia, Deus fala connosco pessoalmente.

Em jeito de conclusão, deixo um pequeno testemunho acerca da minha vivência da Palavra de Deus. Este encontro com Jesus aconteceu, depois de uma vivência particularmente difícil, disse: “Tenho sede”. Era uma sede de água, pois lutava pela vida. Ao longo dos anos que se seguiram, esta ‘sede’ e vazio, não se apaziguaram, somente quando, na Eucaristia Dominical escutava a Palavra do Senhor. Aí, a minha ‘sede’ era saciada e todo o vazio que sentia era preenchido, porque estava na companhia do Senhor. Da mesma forma em que dava catequese e, na minha fragilidade, ajudava os mais pequenos a caminhar para o Senhor, eu com eles fazia esse mesmo caminho.

À medida que os anos passaram, e a Palavra do Senhor foi fazendo parte da minha vida, de forma diária e constante, ao meditar as mesmas palavras que Jesus disse, no alto da cruz: “Tenho sede!” (Jo 19, 28), a sua sede era diferente da minha; Jesus tinha sede do Amor do Pai, do Eterno Amor do Pai, eu tinha sede de água, pois na minha pequenez ainda não tinha conhecido a Verdadeira Água Viva.

É a partir deste encontro diário com o Senhor que se vivencia e vive uma relação estreita com o Senhor assente no diálogo e escuta da sua Palavra.

Cidália Santos

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