A folha pode ser descarregada aqui: 2º Domingo Tempo Comum
A questão posta pelos dois discípulos de João Baptista é muito pertinente nos nossos dias: «Mestre onde moras?» No fundo é a pergunta sobre onde e como encontrar Deus. Diz-nos o papa Bento XVI que, “no contexto atual, “é a questão das questões”, pois a mentalidade que se difundiu de renúncia ao transcendente demonstrou-se incapaz de compreender e preservar o humano e gerou a crise de sentido e de valores que hoje vivemos, que depois levou à crise económica e social.
“O homem que desperta dentro de si a pergunta sobre Deus, abre-se à esperança, a esperança confiável, pela qual vale a pena enfrentar o cansaço do caminho presente”. Mas a quem porão os homens de hoje a questão sobre Deus e onde o encontrar? É àqueles que O conhecem e amam. “A estrada que conduz até Ele passa, de modo concreto, através de quem já O encontrou, pelo testemunho de vida no quotidiano. Mas depois, os cristãos têm de ter um lugar de encontro, para onde possam convidar aqueles que se manifestam abertos a conhecer Jesus.
Vinde ver. Esse lugar é a própria Comunidade reunida. Ela é o lugar da presença de Deus, pois Deus habita nela como num templo. O “vinde ver”, pode ser simplesmente: -Vem à igreja comigo, e assim encontrar-te-ás com Cristo presente no meio do seu povo. Descobri-lo-ás na igreja que reza, canta e louva o seu Senhor, “o que esteve morto, mas agora vive para sempre”. Descobri-lo-ás presente na Sua Palavra proclamada na Assembleia. Descobri-lo-ás presente, como os discípulos de Emaús, no pão que é partido e distribuído por todos e acerca do qual Ele disse: «Tomai e comei, isto é o meu corpo entregue por vós». O “Vinde ver” pode ser ainda: Olha vem comigo ao encontro do Senhor que nos cura e salva, “ O “Vinde ver” pode ser ainda um convite para o curso Alpha, para conhecer o Senhor gradualmente e Lhe abrir o coração. Vinde ver como é, e depois ficas ou vais, mas «vem ver».
Sabemos o nome daqueles que aceitaram o convite de Jesus: -“Vinde ver”. Eram André, irmão de Simão Pedro, e no seguimento do Evangelho, sabemos que o outro era Natanael. Não vão mais esquecer aquele dia nem aquela hora. Era por volta das quatro horas da tarde. André, depois disto, vai ter com seu irmão Pedro e diz-lhe: «Encontrámos o Messias, vem também conhecê-lo. E levou-o a Jesus. Que grande gesto fez André pelo seu irmão! Mudou-lhe a vida para sempre. Abriu ao irmão o caminho da salvação. Por aqui se vê que não é preciso ser especialista em evangelização para levar alguém a Jesus. André tinha acabado de conhecer Jesus e já se tornara evangelizador.
Basta tê-lo encontrado, ter deixado que Ele toque a nossa vida. Então seremos capazes de dizer a outros: “Vinde ver.” É o melhor serviço que uma pessoa pode fazer a outra é levá-la a conhecer Jesus, pois trata-se de possibilitar à outra pessoa, o encontro com a Vida eterna, com a salvação.
Num jantar Alpha cerca de 30 pessoas trouxeram umas 60. Cada uma, à sua maneira, foi capaz de trazer a este percurso, um irmão, e por causa desse convite amigo, estou confiante que muitos, um dia, serão capazes de dizer a quem os convidou: «Obrigado por te teres lembrado de mim e me teres proporcionado o encontro com a Vida em plenitude.»
Às vezes recebo alguns e-mails que me dão muita alegria. Vou transcrever algumas linhas do último que recebi, depois de ter pedido autorização à pessoa. Dizia ela: “Sr padre, ainda não me conhece, apesar de o ter cumprimentado à saída da missa, mas era tanta gente que não pode decorar todos os rostos e nomes. Fui, a primeira vez, à igreja de São João Baptista, no Domingo passado, levado por uma amiga que me convidou e que sabia o que eu estava a viver. Já há muito tempo que não ia a uma igreja e deu-me muita paz. Ao contrário do que estava à espera, não me senti aborrecido e nem dei pelo tempo a passar. Era o dia dos Reis Magos e o seu sermão parecia que era diretamente para mim. O sr padre dizia que os Magos eram pessoas que procuravam a Deus, e por isso o encontraram, pois Ele deixa-se encontrar por quem o procura.
Então também eu, de certo modo, já estava a encontrá-lo ali bem perto. Agradeci à minha amiga por me ter convidado e vou começar a ir aí, habitualmente, voltando às minhas raízes cristãs. Fiquei também agradavelmente surpreso ao vê-lo cá fora a despedir-se de cada pessoa. E essa é a razão do meu e-mail: Dizer-lhe que gostei e agradecer-lhe o seu acolhimento.”AC. Feliz esta amiga que foi capaz, como André, de dizer a este senhor: «Vem Ver».
Caro(a) amigo(a) que lê estas palavras; “A quem já convidou, para ir consigo ao encontro de Jesus? Não tenha receio de convidar, de falar a outros das diversas atividades e convidar a vir consigo à missa, à oração, ao Alpha, à catequese de adultos, ou a servir os pobres. Há tantos que não vêm só porque se desabituaram e, agora, só precisam que alguém lhes reacenda a chama com um convite amigo. Seja ousado (a) em nome de Cristo e fará um grande bem aos seus amigos. Como vê, não é preciso ser santo para fazer isso, é preciso é começar já. Pois André mal conheceu Jesus, levou logo o seu irmão.