Folha Paroquial – Domingo da Epifania

Folha Paroquial – Domingo da Epifania

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Aproximai-vos do Senhor

  1. Os magos, procuradores da Verdade

A Festa da Epifania ou da Manifestação do Senhor diz-nos que Aquele Menino que nasceu em Belém é o salvador universal. Os Magos não faziam parte do povo da Aliança e não conheciam as promessas messiânicas, mas tinham aquela «Luz do verbo que ilumina todo o homem que vem a este mundo». Cada ser humano tem em si o desejo da Verdade e, se não vive à superfície de si mesmo, procura essa Verdade. Os Magos aparecem-nos como pessoas insatisfeitas, que se interrogam, que querem saber mais, e fazem uma longa peregrinação exterior e interior à procura do Rei dos Judeus que acaba de nascer. Diz-nos o profeta Isaías: «Procurai o Senhor, pois Ele deixa-se encontrar. Buscai-O, pois Ele está perto.» (Is 55,6-9). Os Magos representam todos os buscadores de Deus ao longo da História:  Toda a sua procura se resume na única pergunta que fazem: «Onde está o Rei dos Judeus que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos para o adorar». Não são judeus e, por isso, não têm os textos sagrados da revelação, mas Deus não os deixa sem nada, dá-lhes o sinal que eles podem entender; Não têm a Palavra mas têm um sinal que os ajuda a porem-se a caminho.

  1. As diferentes atitudes diante de Jesus

Herodes sabe bem o significado da estrela e, por isso, fica atemorizado quando os magos lhe dizem que viram a estrela no oriente e que a seguem. Fazia parte da crença judaica que uma estrela iluminaria o céu quando o Messias surgisse e, essa crença vinha do livro dos números da belíssima profecia de Balaão: «Uma estrela surge de Jacob e um cetro se ergue de Israel». Mas o texto apresenta-nos outras personagens com outras atitudes diferentes. Uma delas é Herodes, um político agarrado aos seus privilégios e poder, pronto a destruir quem quer que lhe pareça ser uma ameaça ao seu poder. A sua posição é de completa rejeição do Menino. Por motivos políticos ou ideológicos, há hoje um grande número que se fecha completamente à luz, rejeitando o Menino como Herodes. Depois, aparecem os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo, que manifestam uma grande indiferença, pois, apesar de concluírem acertadamente o que diziam as escrituras de que o nascimento de Jesus seria em Belém, não mexeram uma palha para imitar os magos e irem no encalço da estrela que os levaria a Belém. Temos, portanto, três atitudes diferentes nas quais somos convidados a rever-nos. Em qual delas nos situamos? Sentimo-nos pessoas que buscam a Verdade? Que buscam Deus? Ou pessoas demasiado satisfeitas porque até já somos religiosos, mas incapazes de sacrifícios e incomodidades para nos abrirmos à novidade do reencontro com Ele?

Esta indiferença está hoje muito na moda e não só da parte dos que são pouco ou nada praticantes, mas pode acontecer a qualquer um de nós. Reparemos que os escribas e sacerdotes eram pessoas muito religiosas e sabiam tudo das profecias sobre aquele Menino que havia de nascer, mas depois deixam que o acontecimento salvador lhes passe ao lado. Para eles, é como se Ele não tivesse nascido.

  1. 3. O encontro com Jesus muda a vida dos Magos

Neste texto, os únicos que encontram o Salvador e, com Ele a plenitude da alegria, são os Magos. Quando O viram, adoraram-No, e ofereceram-lhe os seus presentes, que são um testemunho da sua fé e da sua entrega ao salvador que nasceu em Belém.

Regressaram por outro caminho porque o encontro com Jesus sempre muda o nosso horizonte, o nosso rumo e os nossos caminhos. Bento XVI escreveu: «No início do ser cristão não está uma ética ou uma doutrina, mas um acontecimento, um encontro com Cristo que dá à vida um novo horizonte e com ele um novo rumo». Os magos, encontrando Jesus, encontraram um novo horizonte de vida, um novo rumo. E eu? O rumo e horizonte da minha vida estão marcados pelo encontro com Ele, que iluminou a minha vida?

  1. E nós hoje? Como procuramos o Senhor?

A frase do Plano Pastoral da Diocese de Coimbra é «Aproximai-vos do Senhor». É um convite que nos é feito a todos, para que nos aproximemos mais d’Ele, procurando-O. As Jornadas Quaresmais, que terão lugar no salão de S. José, mas que passarão a ser para todo o arciprestado de Coimbra-Urbana, terá também este tema: «Aproximai-vos do Senhor».

A 26 de janeiro, haverá em S. João Baptista a apresentação de um novo percurso Alpha. É um percurso sobre Jesus Cristo, o Alpha e o Ómega. Quem o tem feito, e têm sido tantos na nossa Diocese, fizeram a experiência fundamental do cristianismo, que é o encontro com Cristo ressuscitado que dá à vida um novo sentido.

Aproximamo-nos d’Ele na Eucaristia e na Adoração Eucarística fora da missa, onde podemos estar a sós com Ele. Em S. José, estará entre nós, a 3 e 4 de março, um padre Francês, missionário da Santíssima Eucaristia, para nos ajudar a lançar a Adoração Eucarística permanente. Quando uma paróquia se começa a aproximar do Senhor na Adoração Eucarística, não só um pequeno grupo, mas uma multidão que, ao longo da semana, vai dando uma hora para estar a sós com Ele, algo começa a mudar na vida da paróquia. Rezemos pelas paróquias de S. José e S. João Baptista, para que sejam lugares de luz onde as pessoas vêm ao encontro do Senhor e O adoram, regressando por outro caminho.

 

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