Pode descarregar a folha aqui.
Celebramos hoje o domingo Gaudete, ou da alegria, típico do 3º Domingo do Advento. A primeira leitura e a segunda centram-se nesse convite à alegria. «Vivei sempre alegres», diz-nos Paulo. A razão dessa alegria é a proximidade do Senhor que vem para anunciar a Boa Nova aos pobres, a curar os corações atribulados e a redenção aos cativos.
Para preparar a vinda de Jesus, «apareceu um homem enviado por Deus». Acreditar que Deus continua hoje a enviar-nos testemunhas e pastores para serem testemunhas d’Ele, é algo que só é possível na fé. Quando o Bispo vai em visita pastoral a uma paróquia, há uma preparação dessa mesma paróquia para viver, na fé, aquela visita. Se assim não for corre-se o risco de as pessoas verem uma pessoa com autoridade jurídica a nível eclesial que lá vai fazer uns discursos e dar algumas orientações. Mas, quando é vivido na fé, o povo canta «Bendito o que vem em nome do Senhor», e celebra com alegria e ação de graças o amor de Deus que visita o seu povo num dos seus ministros. A fé é esta luz que permite ver mais longe, abarcar outros horizontes que os nossos olhos, só por si, não conseguem alcançar.
Este ano entraram novos padres para a paróquia de S. José, no seguimento do pedido de jubilação do antigo pároco e, só na fé, os crentes poderão dizer com o evangelista João: «Apareceram homens enviados por Deus» e viver isso na ação de graças e no louvor de Deus. Deus governa a sua Igreja pelos sucessores dos apóstolos, os bispos, e nós padres, acreditamos que quando o bispo nos envia para uma paróquia, ou para outro serviço pastoral, é Cristo quem nos envia, pois a nossa obediência é a Cristo que manifesta a sua vontade através da Igreja. Também o povo crente acredita que o padre que a Igreja lhe manda é enviado por Deus apesar das suas imperfeições, pois não há enviados perfeitos.
E para que é que Cristo os envia? Podemos usar as mesmas palavras de João Baptista no Evangelho de hoje: “Para darem testemunho da luz afim de que todos acreditem”. E para não haver nenhum tipo de confusão o evangelista acrescenta: “João Baptista não era a Luz. Veio para dar testemunho da Luz”. A testemunha é a pessoa mudada por aquilo que viu, pelo encontro que teve. Longe de qualquer exibicionismo ou protagonismo, a testemunha dá testemunho de um outro e conduz quem a vê ou escuta, não para si, mas à adesão daquele de quem ela dá testemunho. Quando aquele que era suposto ser testemunha centra as pessoas em si mesmo em vez de as centrar naquele de quem deveria dar testemunho, corre sérios riscos para si mesmo e para os outros. O verdadeiro testemunho é acompanhado de um justo, realista e humilde conhecimento de si. À pergunta «Quem és tu?», João responde com grande humildade «Eu não sou o Messias, não sou Elias, não sou o profeta» Eu sou apenas a voz que brada no deserto». João Baptista sabe que não é a Palavra. Jesus é que é o Verbo, a Palavra. Ele é apenas a voz e, nem se sente digno de lhe desatar a correia das sandálias. Que grande humildade a de João Baptista! Deus permita que o imitemos.
João Baptista é o modelo do evangelizador e ensina à Igreja o seu caminho e missão: O evangelizador não é Cristo, mas aponta para Ele com humildade e determinação.
E essa é a nossa alegria. Podermos levar a muitos a tornarem-se discípulos d’Ele, pois foi esse o seu mandato, «Ide e fazei discípulos».
Mãe do Emanuel,
Virgem da Esperança,
Ensina-nos a preparar-nos para acolher o esposo que vem.
Põe nos nossos lábios, ó Maria, aquela doce melodia
Com que exultaste naquele dia
Cantando o Magnificat da alegria.
“A minha alma exulta no Senhor”.
E o meu Esprito se alegra em Deus meu Salvador.