Testemunho da Peregrinação a Fátima a 13 de Maio

Testemunho da Peregrinação a Fátima a 13 de Maio

A semana passada perguntei a um sacerdote da nossa cidade, no final de uma eucaristia ferial, se nos encontrávamos em Fátima: respondeu-me que não, que não se revia nos grandes ajuntamentos, porque não é aí que crescemos na fé. De facto tem alguma razão: se queremos crescer e amadurecer na fé, isso faz-se na fidelidade aos sacramentos, na frequência regular de um pequeno grupo, na constância da oração em família, etc. Mas também é verdade que precisamos destes momentos para reanimar e revigorar o nosso fervor na fé e na Igreja: nós somos as pedras vivas do templo do Senhor e, nas palavras do nosso Santo Padre, “não queiramos ser uma esperança abortada!”.

Decidimos ir os 5 no autocarro da paróquia de S. João Baptista, pois era importante para nós, e sobretudo para os nossos filhos, explorar ao máximo a dimensão eclesial e comunitária da peregrinação. Muitos irmãos da nossa paróquia congratularam-se com a nossa presença, sobretudo com a participação dos nossos filhos. Alguns não deixaram, no entanto, de estranhar e de perguntar se não seria demasiado duro para eles, na medida em que partiríamos na 6ª feira de manhã para só regressar no sábado ao fim da tarde, sem casa para dormir ou para a higiene diária, sabendo que à chegada teríamos ainda que garantir a nossa presença em algumas celebrações e actividades da paróquia, como acontece habitualmente.

Em tom de brincadeira, ainda retorqui a alguns se já tinham reparado que os nossos filhos tinham aproximadamente a mesma idade que os pastorinhos aquando das aparições (7, 10 e 12 anos). Os mesmos pastorinhos que tiveram que enfrentar as suas famílias e vizinhos, as autoridades, muitas ameaças, algumas de morte, etc. Os mesmos pastorinhos a quem a Virgem Maria não hesitou em pedir muitos sacrifícios sempre que pudessem, que distribuíam as suas merendas pelas ovelhas e crianças pobres para poderem oferecer esse sacrifício por amor de Jesus, pela conversão os pecadores e em reparação dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria. Pois a Igreja reconheceu o percurso de vida como caminho de santidade àqueles que são os mais jovens santos não mártires. E o que nós queremos antes de mais para os nossos filhos é que também eles desejem ser santos.

Lembra-se daqueles dias festivos em que toda a família se reúne em casa da mãe, como o Natal e assim? E é tão bom! Em Fátima foi mais ou menos assim, só que melhor: encontrámos gente conhecida vinda de todas as partes do país, alguns dos quais não víamos há demasiado tempo; era a alegria pura e simples dos filhos que se sentem amados por Deus a celebrar juntos o conforto da Mãe. E como íamos postando nas redes sociais a nossa actividade, muitos que não tinham podido ir pediam-nos para não nos esquecermos deles: e nós rezámos por eles e por muitos outros que não pediram mas sabíamos precisar que intercedêssemos por eles junto da Virgem Mãe. E ainda outros que tinham decidido que não lhes era possível ir a Fátima, vendo os nossos posts e a nossa alegria contagiante, aquela que só pode vir de Deus, não se contiveram e fizeram-se ao caminho. E ainda outros irmãos que, tendo ido sozinhos, se juntaram a nós de imediato partilhando a sua alegria nas redes socias por terem encontrado família chegada.

De cada vez que recordo a frenética actividade jornalística das últimas semanas, envolvendo alguns elementos mais dissonantes da nossa Igreja, revejo-me também nestas palavras de Jesus: «Eu Te bendigo, ó Pai, por teres escondido estas coisas aos sábios e aos poderosos e as quereres ter revelado aos pequeninos.»

Família Farinha Silva

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